(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.9.11

A sabedoria do palavrão

  Já é sobejamente sabido que eu amo as palavras… as baratas, as caras; as palavrinhas e os palavrões… as brejeiras, as eruditas, e até as deconhecidas ( há pouco tempo, uma amiga Algarvia de certa idade, dizia que gostava de “escamichar” o pão, mas isso há-de dar outra crónica…).  Mas continuando… gosto das palavras fortes e também das suaves, das óbvias e das de múltiplos significados, mas as que mais me são úteis são mesmo os palavrões!!!!
    Há lá coisa que alivie mais a dor de um entalão ou de um pontapé com o dedão no pé em alguma cadeira (etc, etc, etc…) do que um belo f….ss ou c…..lho?????   Não há, pois não?  É feio, bem sei ,  e retira-me todo o brilho de verdadeira senhora, mas quero lá saber: a dor passa e passa mesmo!  É claro que faço os possíveis para que os outros não oiçam, em particular os meus filhos, esses constantes reflexos de cada atitude minha!  Se, incauta, me sai um qualquer palavrão cabeludo, o Tomás imediatamente exclama: “ MÃãããEEEEE!!!! Isso diz-se?????”, enquanto o “demónio” pequeno rapitamente começa a fabricar rimas e canções com os ditos palavrões, gerando-se a mais perfeita confusão…
   Assim que me sai algum de forma audível (dito entre dentes nunca surte tanto efeito, já repararam?) desfaço-me logo em desculpas, envolta no sentimento triste de me estar a sabotar como mulher e como mãe (raios partam a m....da dos exemplos!!!!), mas depois páro um momento e concluo que, como tudo, se o usar com conta, peso, medida e só nas situações que o exijam,  um belo palavrão em nada me diminui, pelo contrário…. até me sana e fortalece…. Sim, talvez seja essa a sabedoria do palavrão!!
Ana Dias

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