Desde miúda que adoro o Garfield. Continuo a pegar nos livros em que o cómico gato, com os seus olhos mortiços, vai partilhando a sua visão do mundo. Delicio-me sempre.
A vida tem estranhas formas de nos brindar. E às vezes, enquanto olho para o meu filho mais velho, reparo que tenho em casa, ao vivo e a cores, uma alma gémea do Garfield. É que o Tomás devora lasanha e adora estar no sofá, com as pálpebras a meia haste, a fazer zapping por desporto. O seu humor lacónico e desinteressado, que leva às gargalhadas mais sentidas, também reforça a semelhança. Embora esteja em melhor forma que o encantador gato, olho para o meu filho e desconfio que, à força de tanto ler essa banda desenhada, acabei por produzir um sucedâneo perfeito.
Mas é quando põe os olhos de Garfield que fico mais emocionada. A semelhança é tão grande que chego a pensar que é o gato da BD que faz lembrar o meu filho e não o contrário…
Ana Dias