(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

15.6.12



A minha Fada
     Todas as miúdas sonham com contos de fadas. Também eu o fiz. No entanto foi preciso chegar à  idade adulta para encontrar a minha. E tem mesmo o nome com ela: Fada Micá, Maria do Carmo por batismo. 
   A Fada Micá “caiu-me” na vida há cerca de um ano. Não caiu do céu mas veio pelo braço de um aviador:  o Comandante Vítor, ou, como eu lhe chamo, o papá Pandinha por causa da fofura e das barbas brancas.
   Lembro-me que a paixão pela minha Fada foi imediata. Os olhos cruzaram-se; as almas tocaram-se e a ligação, automática e invacilável, estabeleceu-se nesse instante. Comecei a tratá-la por Fada das viagens pois foi ela que me ajudou a organizar a minha expedição à Argentina, mas depressa percebi que o pelouro era bem mais vasto, pleno até. E então passou a ser “apenas” a Fada Micá, a minha Fada.
   Mora do outro lado do Atlântico mas não tem importância. Mesmo nenhuma. Porque as Fadas são tão mágicas que se instalam no nosso coração e estão sempre, sempre, connosco.
   Não termino esta verídica e maravilhosa estória sem vos revelar a moral… É que as Fadas, meus anjos, não moram nos livros infantis. Elas existem e revelam-se quando menos o esperamos, em qualquer altura da vida.
Ana Amorim Dias