(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

13.6.12

Uma carta aos professores

   Para que fique bem claro, sou daquelas pessoas que acreditam com toda a força no valor indizível dos professores. Aplaudo-os de pé e durante muito, muito, tempo!
   Confirmo com a boca toda ( como dizem os meus filhos)  que uma sociedade sã e próspera só pode existir se se derem aos professores todas as ferramentas de que precisam e todo o valor  que merecem que lhes seja atribuído. Professores são Sóis que iluminam mentes; são guerreiros  abnegados em cenários de “guerra” hostis, que não se intimidam com nada e continuam a sua missão. Professores são a água e o oxigénio do conhecimento dos seus discípulos; são o exemplo mais acabado de profissionais-heróis.  É isso: professores são heróis, verdadeiros HERÓIS, a meu ver.
 Mas isto já era assim antes das coisas terem chegado ao ponto em que estão, cuja ponta do fio nem me atrevo a puxar. Se antes eram heróis, agora são semi-deuses. Quando lhes tiram todas as condições, autonomia, credibilidade,  estatuto, dignidade, esperança e meios de subsistência, como podem não lhes tirar também a vocação e a motivação?  Malditos e cegos governantes e legisladores! Será que não vêem o crime que estão a cometer perante a nobreza destes heróis? Será que o seu entendimento não alcança as dramáticas repercussões que cada vez mais se fazem sentir nas crianças e jovens que este (miserável?)  país (não) está a preparar para o futuro???
  Não escrevi esta crónica para mudar a atitude dos cegos governantes e ignóbeis legisladores pois sou sonhadora mas não utópica. Escrevi esta crónica para vocês, PROFESSORES-HERÓIS, para que  cada um de vocês não se esqueça da missão linda que tem. Sei que peço demais mas também sei que me entendem: tentem não perder a esperança; tentem não perder a motivação. Tentem continuar a iluminar,  com os brilhantes raios do sol do vosso conhecimento, as mentes dos inocentes que todos os dias vos esperam depois do toque de entrada… mesmo que nem eles, por enquanto, vos saibam reconhecer o valor.
  A todos deixo o meu sentido abraço.
Ana Amorim Dias