(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.9.11

Abrir caminho…

   Comecei a ter os horários todos alterados e provavelmente já não terei forma de escrever a crónica da manhã ( e talvez nem a da noite…) mas vou tentar continuar a ser assídua se não por vós, pelo menos por mim…
   Acabada de chegar ao café para a minha infalível meia de leite, estava a vasculhar as anotaçõe no telemóvel ( onde vou anotando os inúmeros temas de crónicas que, ao longo dos dias me vão surgindo),  quando entra um senhor de idade e se dirige a mim dando-me os parabéns pelo “Histórias do (A)Mar” – “ Acabei de o ler ontem e adorei!  Está de parabéns… sinceramente!”
  Balbuciei um “obrigada” envergonhado ao mesmo tempo que o telefone tocava..
- “ Estou, Guida? “ – Era a minha amiga da vida toda.
- “ Bom dia, meu amor” – Respondeu-me ela com a voz vibrante, feliz. – “ Tenho que dizer-te: O “Zoia” está a ser o melhor livro que já li… tirando talvez a “Profecia Celestina”.
- “ Tontinha… “ – Respondi. – “ É por seres tu, que me dizes isso…”
- “ Não… Estou a acabar e não quero que acabe… O que vou fazer agora? O que vou ler?”
- “ Mando-te o “Orgasmos da Alma” fotocopiado…”
- “ …. Pode ser, mas primeiro leio este outra vez… é tipo manual, sabes?  As cartas a Zoia são algo que deviamos ler todos os dias…  Sinto que é como se, com estas palavras, me estivesses a abrir caminho…”
- “ Como assim?” – Perguntei-lhe.
- “ Parece que o livro foi escrito para mim… para me acordar… É como se me estivesses a mostrar como…”
- “ Meu anjo… É para todas as pessoas… Para que “acordem” todas…”
    Despedi-me para escrever um pouco, agora que o tempo é escasso.    E fiquei a lembrar-me das palavras da capa do “Zoia”: (…)É nas encruzilhadas da vida, exactamente quando nos sentimos mais perdidos e receosos, que constatamos se somos feitos de aço ou de papel… É aí que nos tornamos escravos de qualquer sorte ou senhores da nossa existência.  Lembra-te das regras, Zoia: tudo o que pensas ter perdido volta a ti se aceitares a perda. É esse o contrato. Entrega e ser-te-á devolvido…(…)
   E começo a pensar seriamente se o próximo livro não será uma compilação das cartas a “Zoia”,  as cartas que a minha alma me escreve a mim e todos os que estejam dispostos a “enriquecer” as suas existências…
  Afinal há lá coisa mais bela que andar pela selva da vida, de catana na mão, a abrir caminho para os outros?...
Ana Dias

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