(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

23.3.12

Desistir


 - A palavra “desistir” não entra no meu vocabulário!  – É frequente ouvirmos por aí, dito por pessoas confiantes e repletas de tenacidade.  
Nunca gostei muito da frase, que considero um presunçoso clichê.
Há coisas, realmente, das quais não devemos nunca desistir. O cultivo dos bons sentimentos, na nossa horta interior, é uma delas. A descoberta e valorização dos mundos que se escondem nos outros Homens, é outra. Não podemos desistir de nós mesmos, dos nossos sonhos e da nossa evolução, mas, ainda assim,  a palavra “desistir” devia fazer parte  do vocabulário de toda a gente.
  Há coisas de que vale a pena desistir. Há caminhos que já não são os que devemos seguir; sentimentos de mágoa e rancor que não devemos sentir; projetos que não nos vão trazer nada de bom; situações de perigo físico e emocional perante os quais mais vale dizer,  alto e a bom som: - desisto! –
 Afinal esta  atitude revela fraqueza ou força? Ela implica sabedoria ou falta de caráter? Creio que, como tudo na vida, depende do uso que lhe damos.
  Todas as palavras têm valor. Quanto mais não seja o valor de nomear aquilo que não pretendemos para nós. Quanto à palavra  “desistir” , no meu vocabulário ela entra… E no vosso?
Ana Dias