Há dias recebi um mail de alguém que está muito longe. Pedia-me que, no dia de hoje, colocasse em seu nome, um bonito de ramo de flores na campa do meu pai. Assim fiz.
Não gosto de cemitérios e evito lá ir porque, na minha singela opinião, quem já partiu não é lá que se encontra. Quem já não está connosco com o corpo, está presente onde quer que batam os corações de quem ainda ama e recorda.
No primeiro aniversário do meu pai a que o aniversariante faltou, renovo a certeza de que a presença mais importante não é a física: é a que fica gravada nos outros em forma de memórias inolvidáveis e sentimentos insubstituíveis.
Já mandei o mail a esse alguém que está longe, a dizer que o lindo ramo foi entregue. Ao escrever, um emocionado arrepio percorreu-me o corpo enquanto algumas das palavras me saíram com aspas: “Obrigado. Obrigado pelo amigo fantástico que foste e continuas a ser, Vítor!”
Ana Dias