(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.9.11

O sabre

   Apesar de ter ficado mais de quarenta e oito horas sem escrever, os últimos dois dias trouxeram acrescentos positivos à minha vida. E foram vários! 
  Sempre que faço ski (não foi o caso…) sinto-me poderosa; sinto que posso tudo e tudo consigo. Nestes dias senti o mesmo.  Desafios profissionais bem superados encheram-me de novo de gratidão pela coragem, resistência e capacidade de organização e liderança que, nem sei bem como, consigo ter…  Mas um dos pontos positivos destes dias nem sequer se prende muito com isso e sim com uma “pequena” evolução” que vi desenvolver em mim.  Perante situações limite disse a mim mesma: - “ Não sejas estúpida! Hoje não vais stressar! Vais apenas dar o teu melhor e estar feliz!”    Se bem o pensei, melhor o fiz, e o resultado foi ultrapassar momentos de tensão com a certeza de que tudo correria da mais perfeita forma. E assim foi: trabalhei, desfrutei do trabalho, mantive os ânimos bem elevados e conduzi o meu navio, a minha tripulação e a minha carga através de um enorme temporal até chegarmos, exautos mas inteiros, ao calmo mar da madrugada de domingo.  E quando me deitei, finalmente, confidenciei-me  à almofada: “ Caneco, tens cá um par de tomates!” ( desculpem a expressão, mas aprendi em Tribunal a usar as exactas palavras que têm que ser usadas para descrever o que importa: os factos!)
  Mas não foi só esta calma, crescimento e confiança que enriqueceram… Também exultei a vida no momento em que muitas das pessoas que eu amo me prestaram a alegria e a honra de estar presentes para celebrar o meu aniversário três dias depois da data…. quando por fim tive tempo para o fazer.  Pode não haver coisa mais simples do que a simples presença, mas o seu valor é tão grandioso e profundo que acaba por nos encher com o doce sabor do inesgotável amor.  A todos os que acompanharam o meu dia (suplente), aqui deixo o meu mais apertado abraço.
  E, por fim, surge o sabre, quando o meu sobrinho Pedro me desafia a abrir uma garrafa de champanhe como fazem nas mais solenes e pomposas situações.  E há lá desfio a que eu vire as costas…  Explicou-me como devia fazer e deu-me uma faca, mas eu gosto de fazer tudo de forma espectacular, grandiosa,  e decidi que o faria com uma espada… Segurei na garrafa bem gelada, encostei o sabre ao vidro e fi-lo deslizar firmemente.   Não consegui à primeira, mas à segunda tentativa, rolha e gargalo saltaram para longe num golpe firme e certeiro. As garrafas seguintes foram por mim abertas da mesma forma, deixando-me a sensação da riqueza de conseguir ser, cada vez mais, firme e certeira…
Ana Dias

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