(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

3.12.12

Luvas para o coração




      Caneco que hoje está mesmo frio!  Já esfreguei  as mãos até quase lhes saltar a pele e não há forma de aquecerem.    A ser verdade o mito das mãos frias equivalerem a coração quente, o meu hoje deve estar  em fogo!
   Mas o que é, afinal, ter o coração quente? É estar apaixonado? É ter o nosso “motor” num estado de delírio amoroso que nos torna capazes das mais insanas loucuras? Ou será, simplesmente, habitar num estado de ausência de maus sentimentos?   Acho que está na hora de desmistificar um pouco este mito urbano de aldeia porque se em concreto o coração está sempre nuns quentinhos 37 graus, na visão mais poética das coisas há corações gelados a habitar corpos cujas mãos também estão frias!
   No fundo o que quero dizer é que aquecer as mãos deve ser tão fácil como aquecer o coração.  Mas como se vestem, então, as luvas ao coração? Primeiro tempos que perceber que os corações  frios  apenas têm falta dos quentes raios do afeto alheio;  os corações gelam pela ausência de amor  e falta de atenções.  Mas também não devemos esquecer que, para se ser amado, é preciso saber viver nesse tipo de vibração, caso contrário nada feito.  
   Corações quentes são os das pessoas que sabem emitir raios de amor em todas as direções, porque de todos os lados lhes chega, assim, o calor, independentemente do frio que tenham ou não  nas mãos.
Ana Amorim Dias