(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

18.6.12


Mundos Paralelos
   Ontem houve duas festas na Quinta do Monte. O almoço de segundo dia de um casamento e a festança atrasada do aniversário do Tomás. Como é costume, as amigas de longa data (aquelas com quem comemorarei tudo até ao fim da minha vida) estiveram presentes.
    A certa altura, num dos momentos só nossos, falaram-me da teoria dos Mundos Paralelos. Pelo que percebi do pouco que me falaram, esta teoria preconiza que há tantos universos quantos os rumos que as nossas vidas seguiriam se seguissemos cada uma das escolhas que podemos fazer. Fiquei baralhada, confesso. Parece-me demasiado estranho e amplo. Se escolhemos um caminho passa a ser esse o real, tudo o resto fica no limbo do “e se”. 
   Na altura pensei que, até prova em contrário, há apenas um Universo real: aquele em que acordamos e nos deparamos com o produto, bom ou mau,  das escolhas feitas.
   Mas o dia foi-me abrindo o pensamento porque havia duas festas: uma na esplanada nascente e outra na piscina. A cada momento o meu corpo só podia estar numa, por mais que o meu espírito estivesse, por vezes, na outra. E então comecei a perguntar-me: não será isso uma exitência paralela? Não será que, de cada vez que o corpo está num sítio e a mente em outro, estamos a existir em realidades diferentes?
  Que malvadas amigas: deixaram-me sem resposta para este dilema!
Ana Amorim Dias