(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

4.10.12

Kevin




  Ontem conheci o Kevin. Deambulava eu sem rumo pelas  avenidas do YouTube, a ouvir músicas em castelhano, e eis que me aparece o Kevin.  Johansen, não se confundam. Nascido no Alasca, filho de mãe argentina e pai norte-americano, tem uma obra tão fantástica que me espanta que  nunca antes tenha tropeçado nele.
  A voz,  de uma amplitude impressionante,  canta em castelhano e inglês. Músicas com influências tão díspares que vão dos sons  celtas aos brasileiros, passando por cumbias flamencas e novas abordagens do pop.  Ritmos envolventes e letras com alma. Este homem-génio, que se auto proclama um des-generado, é de uma inteligência musical como  há muito tempo não ouvia.
   Escusado será dizer que, após a descoberta, passei o resto do dia a devorar todas as suas criações. E hoje, ao acordar, comecei logo a ouvir aquela que mais me tocou, “ Desde que te perdi”…
   Continuo a ouvi-la. Esta música cumpre, perante mim,  a missão que todas as músicas deveriam abraçar: ela emociona e eleva. E, enquanto escrevo, emociono-me e elevo-me. Emociono-me. Muito. E uma lágrima de várias saudades teima em querer sair. Este é o género de tesouro com que eu corria para o colo do meu pai para partilhar com ele. Mas, emocionada, consigo sorrir: porque o partilho com todos vós.
Ana Amorim Dias