(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

14.9.12

A questão




    Habituei-me a ver o “gosto” dela na maior parte das crónicas que aqui publico. Hoje amanheci com uma mensagem sua. Dizia-me que todas as manhãs “me” lê e que essa leitura é uma espécie de  “vício” matinal que a conforta e deixa estática por uns momentos.
   Disse que ontem se lembrou de mim ao ouvir a frase “ser feliz ou fazer os outros felizes”, calculando que eu teria algo a dizer sobre o tema…
   Vejamos então se esta minha amiga virtual se enganou ou nem por isso.
   Poderia parecer lógico que se começasse pela  premissa,  quase instintiva, de que somos  felizes a fazer felizes os outros. No entanto esta afirmação tem tantos “mas” que nem sei por onde começar.
   É por isso que me vou cingir a um raciocínio muito fácil. Ora então vamos lá!
    Ninguém pode ser feliz a fazer felizes os outros… a menos que se faça feliz a si próprio primeiro. Não! Não é uma questão de egoísmo. É o pleno exercício da mais básica lógica. Ora pensem lá comigo: de que serve dar felicidade aos outros se isso nos trouxer a nós uma enorme tristeza? Como podemos dar alegria sem a sentir? Isso não é fazer os outros felizes, é passar por cima de nós mesmos e oferecer uma maçã linda por fora mas podre por dentro.  
   Creio que, ao contrário do que se pensa, devemos esforçar-nos até ao limite por estar ( e, por que não, ser? ) felizes. Nós em primeiro lugar. Porque a verdade é só uma: só podemos fazer feliz quem nos ama se estivermos também nós felizes.
   É claro que não posso terminar sem dizer que podemos sempre fazer muito feliz quem se está “nas tintas” para nós, mesmo sem estarmos felizes, mas isso já é outra história e não faz muito sentido.
Quanto a mim, meus caros, garanto-vos que sou bem feliz   ao conseguir,   por vezes,  trazer-vos a felicidade em palavras.
Ana Amorim Dias