(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

25.9.12

Pensar?


   Não apoio a violência em circunstância alguma, mas  até compreendo que dois gajos andem à pazada por causa de uma mulher. Também não me é difícil conceber  que vizinhos se esmurrem por dois metros de terra ou que países entrem em guerra por territórios que ambos reclamam ser seus. Não me escandaliza que haja pessoas a exceder-se nos atos  para repôr direitos básicos que lhes foram roubados nem que claques desportivas se engalfinhem devido a resultados dúbios.   Mas continuo sem conseguir perceber o motivo que, ao longo da história,  mais guerras, injustiças e mortes tem gerado!   Por mais voltas que dê à questão, garanto que não percebo como é que as religiões têm trazido tanto mal ao Mundo!  É de tal forma grande a minha incrédula incompreensão que tenho que refrear os dedos para não escrever palavrões.
    Na minha ingénua maneira de encarar os factos, parece-me que as religiões deveriam servir, única e exclusivamente, para criar pontes entre o Homem e o Divino; para lhe enaltecer as qualidades e aprofundar a bondade, veracidade  e perfeição. Em última análise todas as religiões teriam que servir para potenciar a evolução da espécie humana. Mas para que é que as religiões têm servido?  Para fomentar guerras “santas”; para gerar ódios seculares e viscerais; para enfiar à força, guela abaixo dos homens, dogmas irrefutáveis, medos descabidos e promessas patológicas.
   Mas não se confundam, por favor, com a frieza destas palavras. Acredito no divino. Acredito em Deus, nos milagres e na divindade do Homem. Apenas já  vi e  pensei  o  suficiente para perceber que a obra das religiões na sua derradeira função de promover a evolução humana na direção do divino tem sido um redundante fracasso!  
  E de todas as culpas que as religiões têm, há um atentado  que é superior a todos os outros.  As religiões, com os seus dogmas chantagistas, têm retirado ao Homem a sua faculdade mais gritante: a capacidade ( obrigação?) de PENSAR.  Cada indivíduo que se permite prescindir da mais importante responsabilidade humana, que é pensar, está a cometer o mais grave atentado à humanidade. E fá-lo na cegueira irresponsável de seguir a carneirada, nessa obediência cega à religião que lhe foi, desde a nascença, impingida.
  Podem ser escandalosas, estas palavras. Podem ser uma blasfémia,  aos olhos de muitos. Mas não peço que deixem de frequentar os templos, de rezar ou de ser crentes. Só apelo a que pensem e comecem de uma vez  a experimentar o divino!
Ana Amorim Dias