(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.9.11

Regenerar

    Uso muito esta palavra, mas não me está a apetecer nada ir ao dicionário para começar esta crónica com a definição precisa do seu significado… Utilizo-a sempre com o sentido de um renascimento emocional;  de uma aprendizagem curativa  capaz de elevar os seres a coisas tão grandiosas como o entendimento do outro, o perdão ou o simples e abnegado amor.   
    Regenerar o nosso estado de espírito é importante em tantos momentos! Em alguns mais do que em outros, é certo, mas é algo quase sempre imprescindível depois de cada confronto, mau momento ou, simplesmente, depois de cada dificuldade que atravessamos ao longo dos nossos dias.  Felizmente a idade e a serenidade que ela traz consigo, já me ensinaram várias lições sobre como lidar comigo mesma quando as emoções me ficam todas “descalibradas”…  Uma volta de carro com música bem alta, um banho de mar (Infelizmente no Inverno esta fantástica técnica é  mais difícil de concretizar)  ou um  simples atirar de objectos contra o chão ou parede mais próxima, constumam sortir efeito.
 O primeiro passo deve ser libertar toda a raiva (contra o que quer que tenha corrido mal).  Depois, quando estamos mais calmos ( lembrem-se: sempre sem lesar integridades alheias, ok?) torna-se mais fácil deixar que todo o nosso equilibrio se comece, paulatinamente, a  restabelecer.   
   Regenerar implica liquidar o que está mal e recriar uma nova realidade (seja ela interior ou exterior) mais adequada à dimensão que queremos habitar:  há quem escolha viver no medo, angústia e raiva e há quem, pelo contrário, procure existir dentro de si numa paz irreversível e numa estabilidade obstinada.    Escolham como querem estar por dentro e caminhem para lá!  Decidam que sentimentos querem sentir e sintam-nos!  Aniquilem em vós o que rejeitam e reconstruam-se mais belos, perfeitos, sorridentes, puros, fortes, determinados, saudáveis, felizes…   Façam tudo isto mesmo que antes tenham que passar pela libertação da raiva com objetos atirados contra a parede ou contra o chão!  Peguem nos bibelots mais horríveis e espatifem-nos convictamente, enquanto limpam o vosso interior até o deixarem  apto a receber aquilo que ele merece que vocês lá coloquem…
   Continua sem me apetecer ir ver o exacto significado de regeneração, mas aposto que tem algo a ver com feridas que curam, com a capacidade de cada um de nós renascer e se reinventar a cada dia…
Por isso amanhã, ao acordar, vamos regenerar estes nossos interiores e torná-los em algo melhor!   
P.S.  – Durmam com os horríveis bibelots  à mão!
Ana Dias

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