Quando é que uma pessoa se conhece verdadeiramente a si mesma? Na alegria ou na tristeza? Na tempestade ou na bonança? Em que preciso ponto da vida é que descobrimos exatamente que tipo de pessoa somos? Ou será que essa descoberta é um processo paulatino, resultante das nossas constantes escolhas? E será que, mais que escolher atitudes, podemos escolher o que sentimos?
Perdoem-me a profusão de perguntas, logo pela fresquinha, mas há coisas em que vale a pena pensar.
Tenho a firme convicção de que descobrimos o que nos define, enquanto pessoas, em duas situações em particular: nos momentos mais difíceis e nas viagens a sós. Percebemos as nossas capacidades e “lemos” a nossa essência quando enfrentamos as derradeiras dores da existência. E é nas solitárias viagens, (mais nas que escolhemos do que nas de trabalho) que conseguimos estabelecer um relacionamento verdadeiramente apaixonado com nós mesmos; que podemos desfrutar da nossa companhia, ver apenas pelos nossos olhos e dar provas apenas ao nosso interior.
Tenho a firme convicção de que quem sai mais forte, otimista e esclarecido dos períodos mais negros da sua existência, se torna num ser superior e capaz de quase tudo. E são apenas as pessoas que conseguem dar à vida o perdão absoluto pelas suas maldades, que têm a capacidade de conquistar o mundo, a sós, ou acompanhadas, com amor por si e por tudo o resto…
Ana Dias