- “ Prometes amar-me para sempre?...”
- “ Prometo… Claro que prometo, meu amor…”
Pode parecer estranha, a forma como inicio esta crónica, mas tudo fará sentido, prometo…
Como se pode prometer amor eterno? É loucura? Inocência? Talvez… Mas hoje, aqui e agora, reitero este amor a alguém especial… Alguém que sei, com a mais certa certeza, que amarei para toda a eternidade… Eu!
No dia em que celebro o meu trigésimo sétimo Verão (A Primavera que me perdoe mas já não cheguei a tempo…) estou finalmente pronta para dar os parabéns a mim mesma!
Congratulo-me por tudo; por existir e ser como sou… serena como um mar calmo e tempestuosa como o pior vendaval; convicta, teimosa, determinada e segura! Congratulo-me pela inestimável companhia que sempre me faço e pela sabedoria de, quando já não me suporto…. ir dormir!
Congratulo-me por ser mulher, homem, criança e idoso; pelas birras, pela infantilidade e pela enorme maturidade. Dou os parabéns à minha essência (desculpem lá mas esta coisa da essência diz-me mesmo muito) de bem e de paz, mesmo nas guerras que travo nas constantes batalhas da vida.
Amo-me por ser quem sou e como sou, sem meias medidas (quase um metro e oitenta ajudou neste ponto) nem meias palavras. Amo-me inteira nesta verdade que nada nem ninguém poderá, jamais, calar.
Admirar-me-ei eternamente nesta inocência infantil que me faz errar tanto simplesmente por acreditar sempre que todos os outros tão puros e inocentes; e por esta maturidade que me faz ter por escudo o mais forte dos sentimentos…
Congratulo-me pela paz que já aprendi a alcançar sempre que os ventos frios da adversidade se abatem no meu caminho e pela serenidade que me regalan los años…
Dou graças por ter vindo ao Mundo com esta capacidade infinita de chorar de coração desfeito e de exultar à alma solta… e pela magnânime capacidade que tenho de perdoar e perdoar e perdoar…
Congratulo-me pelos vários livros que em tão pouco tempo escrevi; pela Clara, Bárbara, Clair, Sebastien, Isabel, Carmen, Zoia, Diego…. essas fabulosas personagens a quem me dei por inteiro… essas personagens que são Eu…
Congratulo-me por amar de corpo, alma e todas a células; por ser uma mãe diferente e tão frontal; por ser louca, impetuosa e mutante; por fugir para o mar todos os dias e por viver a cantar, a chorar, a emocionar-me e a despertar emoções.
Por isso, hoje, perdoem-me o ego, mas estas palavras são para mim: o meu derradeiro amor…
Mas não posso terminar sem dois beijos especiais: para ti, mãe-anjo e para ti, pai, meu eterno porto seguro… onde quer que estejas, também te amo…todos os dias!
Ana Dias
Sem comentários:
Enviar um comentário