(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

15.12.12

No meu Mundo




- Ana. Ana! Anaaaa!- 
- Hã? ... Diz.-
- Não me ouves a chamar-te?-
- Não.- E ponho o ar mais inocentemente infantil que sei envergar, desarmando por completo o interlocutor.
Não oiço mesmo ninguém. Nada mais importa. Deixo de estar onde está o meu corpo. Os meus filhos, por exemplo, já sabem:
- Shhhh, João, não vês que não vale a pena?- Diz o Tomás ao irmão quando me vê a escrever.
- Pois é.- Responde-lhe o pequenino.
Mas agora quando estou acompanhada, só para pôr a funcionar o respeito, optei por  começar a despedir-me:
- Olhem, vou só ali ao meu Mundo e já volto, está bem?-

Ana Amorim Dias