Adoro esta palavra. Desde que me lembro, que as minhas palavras preferidas em castelhano são timón e rincón! Agora que penso nisso um pouco mais a fundo, pergunto-me: será da sonoridade? Afinal é muito semelhante… Talvez. Mas acredito que é o sentido mais profundo destas palavras que me faz ter esta fascinação.
Reparo, também, que há coisas que vão sendo entendidas com o tempo, com o devir dos dias, com a chegada dos cabelos brancos e de uma estranha calma que nos começa a coroar a existência. Talvez esteja agora a divagar sobre o meu gosto profundo por estas palavras porque já estou em condições de lhes entender, verdadeiramente, o sentido… Será??
Pois bem , o termo rincón é descrito como sendo um dispositivo que serve para dar direcção a veículos que se deslocam através de um fluido, como barcos e aviões… “Hum… Claro! Tinha que ser! Um leme! Gosto desta palavra porque, para mim, simboliza o poder maior: o poder de guiarmos a nossa existência, o nosso destino… Timón, para mim, é a alma; e a timoneira sou eu… ou, na verdade, será o contrário? “ Termino o raciocínio e fico baralhada. Páro para pensar (como se isto fosse coisa de se resolver a pensar e não a sentir…) Percebo que, com o pensamento, não vou chegar a lado nenhum. Fico em silêncio… Sinto… Recapitulo: “ Gosto do “timón” porque ele é a minha pessoa e os meus comportamentos… mas o timoneiro é a minha alma, ou melhor, eu em contacto com a minha alma… Enquanto não estava em “contacto” profundo com a minha essência, eu era só um leme à deriva (como todos são…) mas quando “acordei” e descobri que me consigo ligar à alma sempre que quero, percebi que é a alma/essência/ ser/eu a única que pode ser a timoneira do timón que é o meu corpo…. “ Rio-me com vontade, quando as palavras que fecham esta crónica me brotam não sei de onde: O meu corpo… o rincón ( cantinho) onde habita o timón e a timoneira….
Quanto a vós… boas navegações através dos fluidos da existência…
Ana Dias
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