(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.9.11

O dia em que conheci a Zé

Conheci a Zé por causa dos nossos filhos. E por causa do meu descaramento…. Tornámo-nos amigas e hoje, tantos anos depois, oiço-a contar a história sempre da mesma maneira:
- “ O João andava por ali a brincar, à porta de casa, e a Ana olhou-nos, do outro lado da rua e dirigiu-se-nos com a maior naturalidade: “ Boa tarde… Eu sou a Ana, importa-se que os nossos filhos brinquem juntos?”  - Eu fui apanhada de surpresa porque jamais seria capaz de  começar a falar assim com alguém que não conheço, mas o certo é que os miúdos já são amigos há sete anos… e nós também!”
Acho sempre piada à história… Aliás, se a Zé não a repetisse tantas vezes, eu jamais me lembraria do episódio! Jamais me lembraria de algo que dou por mim a fazer todos os dias: falar com pessoas que não conheço de lado nenhum como se as conhecesse desde sempre. Essa é a única realidade possível no meu universo… Na minha realidade ( talvez paralela…), a comunicação com outros seres é algo tão natural quanto absolutamente necessário. Quem convencionou que se falasse apenas com conhecidos? Que costume é esse que impede as pessoas de se sorrirem ou falarem, mesmo que nunca mais na vida se vejam? … Porque embora a regra seja a de os caminhos nunca mais se cruzarem, a excepção poderá ser a benção de  “ganhar” algo tão maravilhoso como a amizade da Zé…
Ana Dias

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