(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.9.11

Premonições

       Há alturas em que a vida é tão intensa e a vivo a um ritmo tão alucinante que um fim de semana parece durar uma semana inteira .  Talvez seja por estar activa vinte horas de seguida, dormir cinco ou seis e saltar de novo da cama mal abro a pestana, para mais um dia de surpresas e descobertas…   Ou seja, se fosse escrever todas as crónicas que este fim de semana merece, sairiam umas…. Vinte… ou talvez mais! E ainda me perguntam como tenho sempre alguma coisa para dizer!!
   Talvez seja por isso que estou há cinco minutos a pensar sobre o que vou escrever (coisa rara, nunca vista!) : não por defeito e sim por excesso… mas a decisão está tomada… Graciana!
   Conheci-a hoje, mas não nos conhecemos…. Reconhecemo-nos!!   Uma mulher pequenina e activa, com um olhar pensativo que me penetrou com a precisão de uma máquina de alta tecnologia…   Acho que fiquei a pensar porque será que as mulheres pequeninas têm em mim um efeito tão poderoso  (já com a Madalena é a mesma coisa… mas sobre a Madalena falo depois!!)  Será que é para eu entender, do alto do meu metro e setenta e sete, que as pessoas não se medem, efectivamente, aos palmos??
  Mas voltemos à Graciana. Assim que começámos a falar percebi logo estar perante alguém de quem nada poderia esconder… alguém que, além da inteligência, possui uma enorme sensibilidade,  polvilhada de uma estranha sabedoria.    Aos cinco minutos de conversa comecei a tratá-la por tu ( algo que nunca faço sem pedir autorização!!). Foi automático! E fi-lo no exacto momento em que ela pensou que não queria que eu a tratasse por “você”. Começaram aqui uma série de pequenos-grandes episódios que nos aproximaram mais e mais ao longo das fascinantes horas que passámos juntas.  Do alto da sua experiência e sabedoria, sei que me disse inúmeras coisas muito acertadas, mas há algo que marcou mais que tudo o resto… e foi uma palavra apenas… ou melhor, a maneira como a disse:  “isto parecem pré-munições”.  Na altura não prestei muita atenção, mas aquilo deve ter ficado cá dentro, a ferver em fogo lento, porque agora, aqui sentada a escrever, percebo que já está “cozido”…
   Já nem me lembro a que propósito estava ela a falar das premonições… talvez as tenha sentido…   Mas agora, ao pensar nisso,  percebo que  as premonições e outros “sentires” do mesmo calibre talvez nada mais sejam do que pré-munições… munições com que previamente nos podemos “artilhar” para as reviravoltas da vida…     Será??
Ana Dias
   

Sem comentários:

Enviar um comentário