(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.9.11

Pensamentos

Acordo cedo. Consigo chegar à praia antes das dez! Escolho a mesa na esplanada e peço a meia de leite escura. Olho para o mar. O dia já está demasiado quente. Penso tomar um banho enquanto a meia de leite sai e não sai. Deixo mala, computador e toalha em cima da mesa e “arranco” para o mar. Entro nele como gosto, como um tanque de guerra,  sem hesitações nem rodeios. Sigo inflexivel mar adentro, sem me importar com a temperatura fria da água. Transformo-me num ser do mar. Esqueço as coisas que deixei abandonadas na mesa da esplanada. Esqueço a meia de leite que me aguarda e as mil coisas que tenho para fazer até já ser de madrugada… Deixo o sal apoderar-se de mim. Permito à água que me tranporte nas firmes braçadas que dou.
- “ Até já meu mar…” – Saio dele e volto à esplanada. O corpo de sal a pingar. Os cabelos de mar a brilhar…
  Já sabia que hoje ia escrever sobre isto: pensar e fazer! Há alguns dias que oiço o Jason Mraz a cantar que “  It takes a thought to make a word, and it takes a word to make  an  action…” . Também li, não sei onde, que o pensamento precede sempre a acção e comecei a pensar bastante nisso…  Na música do Jason até tiro a “palavra” pois não me parece que esta seja condição imprescindível à acção…  Mas, e o pensamento?? Haverá acção sem pensamento?? Sabem que mais? Continuo sem a resposta! Passo a pente fino as acções e concluo que, tendencialmente, são precedidas de pensamento ( como o impulsivo banho de mar que antecedeu a meia de leite, mas foi posterior ao pensamento de o tomar…). Mas será absoluta esta ordem das coisas?  Ou isto de pensar primeiro e agir depois será a regra que, como todas, tem excepções? Pensem lá comigo: normalmente pensam e depois fazem, certo? Mas não vos aconteceu, já, fazer sem pensar?? Não vos aconteceu, já, constatar que há casos em que o pensamento não é tido nem achado e quando se apercebem, “zás” a impulsividade já funcionou??
  Mas vamos um pouco mais longe… Até que ponto é bom ser (quase) sempre o pensamento a determinar as acções? E se deixássemos os impulsos comandar mais? Seria bom ou prejudicial? Desculpem lá, mas também não sei…  Até poderia tentar criar aqui um padrão de “quem age por bons impulsos dá-se bem e quem age por maus impulsos dá-se mal”, mas já não tenho idade para acreditar no Pai Natal…
  Agora estou a pensar que tenho que ir de novo ao banho, mas não quero que tenham feito esta  ” viagem” em vão, por isso termino com  uma breve explanação do funcionamento que me parece mais adequado: “peguem” nos sentimentos e usem-nos para domesticar os pensamentos!  Podemos controlar cada pensamento que temos, basta colocar os sentimentos na frequência correcta e já está: pensamentos bons!  E os bons pensamentos conduzem, invariavelmente, a acções correctas e acertadas!!  E estas, quando constantes  e seguras, transfornam-nos em pessoas… maravilhosas!!
Mar, aí vou eu!!
Ana Dias

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