(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

14.5.12

Elementar



      Quando duas pessoas não se dão bem,  normalmente põem as culpas uma na outra.  É raro ouvirmos alguém dizer : “Ele é  uma pessoa espetacular, mas o meu feitio não se coadunava ao dele. ” ou “ Terminámos  a nossa relação porque eu não tenho capacidade para lhe dar toda  a entrega de que  ela precisa.”
    Ao longo da vida vamos somando relacionamentos de toda a espécie; familiares, laborais, amorosos, de amizade, e por aí fora. Uns são mais fáceis e dão-nos a entender que somos pessoas funcionais e bem integradas,  e outros, mais difíceis, vão servindo para aprendermos as mais variadas lições.
   Às vezes pergunto-me como seria  o Mundo se cada indivíduo aceitasse a sua responsabilidade no tipo de relação que mantém com cada pessoa com quem se relaciona… Já imaginaram?  Mas o que me parece mesmo mais importante é que cada um assuma um facto fundamental  e extremamente óbvio. Há apenas uma pessoa com quem temos forçosamente que nos relacionar desde o princípio até ao fim dos nossos dias: nós mesmos.  O que parece já não ser assim tão óbvio é a relação direta entre a forma como nos damos connosco e o modo como nos relacionamos com os outros. E tenho a certeza que quem se dá mesmo bem consigo mesmo, não precisa de se esforçar muito para fazer funcionar bem todos os outros relacionamentos.
Ana Amorim Dias