(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.9.11

The End

Lembram-se daquele filme, “ Em busca da esmeralda perdida”, em que a Kathleen Turner é escritora e acaba um livro a escrever “ The end”,  lavada em lágrimas??   Pois é…  creio que, para qualquer escritor, o “the end” é algo simultaneamente desejado e temido… por vários motivos…  Pode ter-se o receio de nem sequer se conseguir chegar a esse ponto, ou de o fazer, por preguiça, antes de ser realmente o fim da história…  Mas também se pode ter medo do vazio que fica depois do projecto acabado… porque há quem não saiba o que fazer depois…
  Dos vários livros em que já escrevi o “the end”, chegar ao fim nunca foi problema. Nunca hesitei em terminar ( no momento certo da história, espero) obras iniciadas com a paixão que ponho em todas!  Mas há confissões a fazer:  um bom final pode determinar o valor de toda a história:  pode liquidá-la ou conferir-lhe o valor de grande obra … neste momento podem fazer analogias com coisas da vida que começam e acabam, embora não tenha sido esse o meu intuito inicial!
   Mas vou estender-me um pouco mais: quando o “the end” surge, preto no branco, a encerrar mais uma obra, mais um projecto, ele traz consigo todo o peso da solidão… Para mim é quase como se me estivesse a despedir de  uma fase da minha vida   ( que dura normalmente entre um a três ou quatro meses…) é como se perdesse a companhia perfeita de todas as ricas personagens que me povoam a alma no dia-a-dia… essas  mesmas personagens com cujas características e vidas eu “brinco” como se fosse um  Deus do Olimpo (Deusa neste caso).
  É assim, por tudo isto, que quando o “the end” é escrito, fica a habitar em mim um sabor amargo e doce… Durante uns dias ando feliz por saber que acabei mais uma obra que virá a ser adorada por muitos, mas profundamente triste com a “despedida”…
  Mas sabem que mais??? É só durante uns dias… Porque depressa me vêm visitar as novas personagens e histórias que me acompanharão o futuro….
Quanto a esta crónica, por agora acho que é o “THE END”!!
Ana Dias

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