(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.9.11

Momentos no Paraíso

Uma das melhores coisas da vida é rever velhos amigos. Sejam pessoas com que passámos a infância, bons anos de juventude, ou apenas partilhámos alguns dias,  já na idade adulta.
  É de tal forma fabulosa esta sensação de nos sentirmos incondicionalmente amados, para além do tempo e da distância, que nos últimos dias  prescindi de dormir as poucas horas que tinha para esse efeito destinadas… apenas para poder estar de novo na companhia de pessoas que me são muito queridas.
  Três, para ser mais específica: a Patrícia, com quem partilhei a magia da infância. O Pedro, um dos eternos amigos dos despreocupados e loucos Verões  da juventude. E o Miguel, um tesouro que “descobri” em Londres e com quem, em apenas quatro dias, falei mais do que muitas pessoas chegam a falar uma vida inteira.
  Com o criativo Pedro falei de arte, política, filosofia e da vida. Fizemos um balanço dos anos que nos separaram e rimos a imaginar as nossas conversas daqui a trinta anos. Descobrimos que seres criativos nunca esgotam o tema e fortalecemos-nos mutuamente com uma motivação quase mística para continuar a caminhar em direcção aos sonhos que cada um acalenta.
  Com a doce Patrícia partilhei silenciosos sorrisos e cúmplices olhares, enquanto felizes, viamos os nossos filhos a brincar juntos e saudáveis (tal como vaticinei nas páginas do “Zoia”). Falámos, rimos e comovemo-nos com a inesperada e cada vez mais constante presença de cada uma na vida da outra.
  Com o misterioso Miguel relembrei os únicos quatro dias em que as nossas vidas se cruzaram ( por acaso ?) e a forma como nos empenhamos em tentar gastar todas as palavras em intermináveis e inolvidáveis conversas. Tentámos pôr a “escrita” em dia, mas revelou-se impossível. Não se relatam quatro anos numa só tarde e muito menos na companhia de muitos outros alegres e ruídosos convivas…
  No fim da tarde de domingo, naquele limbo letárgico que sempre resulta de alegres e bem regados convívios, começamos todos a tentar definir o Paraíso. A discussão foi extremamente curta devido ao absoluto consenso: O Paraíso são momentos….
Ana Dias

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