Um dos professores que tive nas aulas de estágio repetia muitas vezes uma frase que consistia mais ou menos no seguinte:
- Por mais que o anos vos tragam o traquejo de estar na barra a divagar sobre a beleza das mulheres e os maravilhosos aromas da Primavera, o que vai importar sempre, espero que nunca o esqueçam, são os factos! –
E depois repetia, como que para nos hipnotizar:
- Factos, factos, factos!
De vez em quando lembro-me disto porque, por mais que em tribunal tudo o que importa sejam os factos (provados, claro está), nas demais circunstâncias da vida nem sempre são os factos que ditam as nossas sentenças.
E lembro-me de uma parte da vida, em particular, na qual os acórdãos pouco ou nada se devem basear em factos. No amor os factos provados de nada servem. No amor apenas vale o sentimento. Parece-me claro que, no amor, quando deixamos que os factos ditem o veredito, ele sucumbe à razão e deixa de existir…
Ana Dias