(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

17.8.12

Entre o céu e a terra



    Se há pessoas que vivem com os pés bem assentes na terra, outras existem que parecem deslizar pelos dias completamente no ar.   Dá ideia que os primeiros são mais pesados e puxados pelo Planeta, enquanto os outros, os aéreos, são demasiado leves e perfeitamente passíveis de ser sugados, a qualquer momento,  para a estratosfera.
   Ora tal observação factual faz-me concluir que a força da gravidade atua de diferente forma para estas duas espécies de gente, o que significa que afinal há leis da física que não se aplicam ao ser humano… ( ironia, ok?).
   O que nos puxa para a terra é a realidade e o que nos puxa para o ar é o sonho. E é o balanço constante deste precário equilíbrio que desperta em nós o Divino. É no momento em que começamos a conseguir conciliar  a realidade com o sonho que nos tornamos Deuses. É na capacidade de viver na terra e no ar; no mundano e no divino, que o nosso Deus interior se revela.
  O mundano é a posse. O divino é a entrega. Esta tarde, com este camaleão bébé na minha mão, estive no exato lugar em que a terra e o céu se tocam.  Venceu a entrega, sem cedências à posse. Mas foi  na vivência da  escolha que me senti divina.
Ana Amorim Dias