A propósito de um provérbio trocado que há bocado ouvi; “ Dá Deus Deuses a quem não tem nozes”, comecei a recordar uma brincadeira que fazia em miúda com os meus irmãos… Em vez de dizer os provérbios com as palavras principais trocadas, como por exemplo: “ Quem tem Roma vai à boca”; uniamos a primeira parte de um provérbio com o final de outro e depois aproveitavamos o resto…
Passo a explicar: pegamos em dois provérbios, por exemplo:
“ quem tudo quer, tudo perde” e “ quem vai ao mar, avia-se em terra”
E faziamos dois novos: “ Quem tudo quer, avia-se em terra” e “Quem vai ao mar tudo perde”.
Por vezes, no meio das desgarradas em que as gargalhadas povoavam o ar, surgiam verdadeiras pérolas como “ Água mole em pedra dura não faz a Primavera” ; “ Mais vale um pássaro na mão do que remediar” ; “ Quem tudo quer mais vale tê-lo” ; “ Ao menino e ao borracho nunca falta que fazer”…. E por aí fora!
Bem sei que era algo bastante pateta, mas muito sábio, também! Porque tudo o que provoca o riso, tudo o que se torna num gerador daquelas gargalhadas que nos fazem dobrar com falta de ar, é algo demasido precioso para poder ser subvalorizado e ignorado…
Foi isto que o provérbio trocado desta tarde me trouxe: que mesmo os mais patéticos entretenimentos, atividades ou manias, podem ter um valor inestimável de bem estar e bem viver…
E agora até logo porque quem muito acerta pouco fala….
Ana Dias
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