(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

27.9.11

Imprevisíveis…

O que acontece quando agimos de forma imprevisível?
   Há quem nunca chegue a saber por falta de vontade ou capacidade de desafiar os padrões com os quais foi formatado: não se responde aos mais velhos; a mulher deve obediência ao seu homem; não se fala com estranhos; as ordens são para ser acatadas…  E a lista prolonga-se interminavelmente, perseguindo os seus prisioneiros como  uma sombra carrasca…
   Mas não existem só pessoas que agem imobilizadas pelos grilhões instituídos…. Cada vez mais, há rebeldes…. Aqueles que não agem com olhos postos num fim… actuam simplesmente de acordo com as suas instruções interiores. Há cada vez mais pessoas inconformadas com o eterno círculo do “ vou agir assim para a outra pessoa agir assado”….   E não me refiro a  pessoas que não respeitam o funcionamento da sociedade e a corroem com crimes ou descompensações  variadas ( isso são patologias que aqui não foco).
   Quem age de acordo com o seu  interior, gera imprevisibilidade e “desarma” os demais de uma forma cómica, cinematográfica, até!  Podia escrever uma crónica diária com três ou quatro exemplos de como o auto respeito pelos bons sentimentos e genuínos instintos pode mesmo mudar a face do mundo…. 
  E se formos imprevistos ao ponto de, ao sermos agredidos poralguém,  escolhermos, ao contrário de toda a lógica, ignorar tal ofensa e permanecermos felizes e serenos, afastando absolutamente qualquer sentimento mau???? Como reage a outra pessoa??? Muito provavelmente continua a agredir até conseguir a reacção que pretende, mas também pode acontecer que “perceba” qualquer coisa….
E se formos imprevisíveis ao ponto de, após  umas buzinadelas e palavrões, parar o carro mais à frente e pedir desculpa a quem nos fez saltar a tampa????
E se seguirmos cada impulso de sorrir a estranhos; de falar-lhes ao coração ou de fazer caridade com as nossas próprias mãos???
E se a nossa imprevisibilidade nos fizer questionar autoridades; rebentar com as correntes; inverter certos valores, nefastos e obsoletos?  E se tivermos a coragem de apenas fazer o que entendemos e como entendemos  ( Limites existem, entenda-se… e responsabilidades também… mas vocês sabem do que estou a falar!) sem nos importar com quem nos quer subjugar o pensar, o sentir, o existir?
Pois é, meus caros: podemos escolher! Podemos escolher ser imprevisíveis e surprender os outros com compaixão, com amor, com PERDÃO… podemos surpreendê-los com a atitude sóbria e nobre de quem se quer respeitar  acima de tudo a si mesmo, respeitando assim, todos os outros…  Gera problemas??? Sim!!  Imensos, enormes! Mas não é nas dificuldades que nos reconstruímos e encontramos novos e preciosos rumos?  
Pensem nisto…  
 Ana Dias

Sem comentários:

Enviar um comentário