Vivo constantemente a tentar ser tolerante, compreensiva, aceitar defeitos e erros (os meus incluídos) e ter capacidade de “encaixe” para certos desvios…
Esse trabalho de tolerância, contudo, é constantemente boicotado quando oiço a palavra “hádes”! Isto nem merece ser chamado de palavra… é só um som que muitas pessoas insistem em fazer soar.
- “ Hádes ver se o que te digo não é verdade…”
Fico siderada! Congelo e entro em combustão espontânea, tudo ao mesmo tempo! Antes, a vergonha de corrigir outrém, impedia-me de libertar o inconformismo. Agora já não consigo. Quem quer que me diga tal coisa, leva logo com o – “ Não é “hádes”, é HÁS-DE!” - pronunciado com uma tal intensidade que devem ficar a pensar que raio de bicho me mordeu…
Sei que não é a mim que me cabe educar ou corrigir as outra pessoas (afinal filhos só tenho dois…) ; sei que não tenho nada que me meter nas “calinadas” ou falhas de formação e educação que impossibilitam que, de certas bocas, saia o “se faz favor” ou o “ muito obrigada”… Mas, depois do impulso ser atendito, consolo-me com o pensamento de que talvez esta minha tendência não seja tão grave assim… Talvez seja esperado de nós um contributo naquilo em que somos um pouco melhores, para depois a lei da vida se encarregar de nos enviar “ajuda” naquilo em que somos mais fracos… Quem sabe?
E agora por aqui me fico, sem conseguir resistir a mais um impulso… o da ironia: - “ Hádem” pensar nisto!!!!
Ana Dias
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