(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

18.6.14

DNATECH

DNATECH

Íamos passando em frente aos cafés e olhando para as televisões. A desgraça estava a consolidar-se ao ritmo veloz dos golos germânicos.
- Mãe, estamos a perder.
- Sabes que é assim, filhote, umas vezes ganha-se e outras perde-se...mas o campeonato só acaba no fim, sabes?
- Sempre me compras a NERF, mami?
- Prometi, não prometi? Com as minhas promessas nunca perdes, já sabes.

Entrámos na DNATECH, com a Ângela a explicar-nos para que serve cada sala e cada máquina. Não percebemos muito, apenas entendemos que a sua empresa é especializada em análises clínicas veterinárias e faz investigação científica.
Fiz o João entender que, num sítio assim, não se pode brincar à louca e que as pessoas estavam a trabalhar em coisas importantes, não devendo ser interrompidas.
Aproveitei o facto de ele estar entretido com os brinquedos novos e fui trabalhar um pouco para o escritório da patroa. Quando me apercebi, as risadas ecoavam pelos corredores e já o diretor executivo andava de Nerf na mão a dar tiros com balas de espuma à responsável pela microbiologia, perante o olhar divertido do meu filho mais novo.
Mais tarde dei com ele a montar legos ao lado de potentes microscópios e a ouvir explicações sobre ovos de parasitas, dadas pelo técnico de anatomia patológica.

Portugal pode ter perdido, no primeiro jogo deste mundial, mas a minha tristeza (e a dos colaboradores da DNATECH) foi colmatada pela traquinice natural de um menino que sabe brincar em qualquer parte do mundo.

Nota: fui gravemente ameaçada pela Ângela caso não deixasse aqui a constar que a DNATECH é a "melhor empresa do país, mundo e arredores."

Ana Amorim Dias

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