A alma também respira
Deambulei pelos rascunhos que sempre trago comigo. O hábito de anotar ideias e frases, minhas ou alheias, salvam-me, de quando em vez, nos parcos dias estéreis de histórias.
"As faltas de ar sentidas quando a alma está descomposta revelam que a alma também respira." Não me lembro quando nem a que propósito pensei isto, mas confirmo a autoria por ser o típico raciocínio que caracteriza o modus operandi deste cérebro que todos os dias aturo. Angústias, stresses e preocupações extremas dão mesmo falta de ar, sendo este um dos muitos exemplos práticos de que as más condições do interior humano condicionam de facto o mau funcionamento do corpo. Concluo que a alma respira mesmo. Respira oxigênio feito de harmonia e paz. Respira o bem e o bom.
Estavam a contar-me como tinha sido o concerto dos Rolling Stones e uma das pessoas presentes, falando sobre o guitarrista, comentou: "Parece um cadáver que ainda está vivo!" Fartei-me de rir, claro, mas a frase depressa me despertou os filosóficos sininhos.
Quantas pessoas não são cadáveres ainda vivos? Todos aqueles a quem a alma, sem esperança nem vitalidade, já se rendeu, nada mais são que isso mesmo: cadáveres ainda vivos.
Bem mais ao fundo, nas páginas de apontamentos, vim a encontrar o elo que aqui faltava: "Não é preciso morrer, para ressuscitar!"
A ligação entre tudo isto? Eu tenho que ir trabalhar, mas façam-na vocês. Vai dar-vos prazer, estou segura!
Ana Amorim Dias
Enviado do Writer
Enviada do meu iPad
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