Na obra de uma vida inteira
Num artigo de Lauren Martin, que não resisti a partilhar por aqui, pude ler, esta manhã, uma frase tremendamente bela: "Finding someone who reads is like dating a thousand souls." Ou seja: encontrar alguém que lê é como namorar mil almas. Defende a autora (apoiada, consta, por estudos científicos) que as pessoas que lêem são os melhores indivíduos por quem nos podemos apaixonar. Faz todo o sentido. Quem lê sabe-o. Vivemos tantas vidas e aventuras quantas as que conhecemos nas páginas que desfilam ante o nosso olhar pejado de encantamento. Absorvemos sabedoria e novas visões do mundo e da humanidade, a cada palavra, frase, parágrafo...
Ler enriquece tanto quanto viajar, sentir e viver. Intensamente. Com verdade. Daí que os meus eternos heróis sempre tenham sido os escritores. Esses que, desde a infância, me formaram como pais, como mestres, e me deram tanto do que carrego em mim.
Ler é uma opção de construção pessoal vivida através de um prazer seguro. Ler é a revolução constante que nos agita a mente e as emoções; uma atividade que nos propulsiona a vontade de partir e experimentar, estoicamente, toda a intensidade da existência. Viver ao lado de alguém que lê é uma benção, sem dúvida. Mas explicar o quão sublime é viver num corpo habitado por uma alma escritora, nunca caberia num pequeno texto. Isso apenas pode, eventualmente, ficar plasmado na obra de uma vida inteira.
Ana Amorim Dias
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