(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

30.7.14

Na obra de uma vida inteira

Na obra de uma vida inteira

Num artigo de Lauren Martin, que não resisti a partilhar por aqui, pude ler, esta manhã, uma frase tremendamente bela: "Finding someone who reads is like dating a thousand souls." Ou seja: encontrar alguém que lê é como namorar mil almas. Defende a autora (apoiada, consta, por estudos científicos) que as pessoas que lêem são os melhores indivíduos por quem nos podemos apaixonar. Faz todo o sentido. Quem lê sabe-o. Vivemos tantas vidas e aventuras quantas as que conhecemos nas páginas que desfilam ante o nosso olhar pejado de encantamento. Absorvemos sabedoria e novas visões do mundo e da humanidade, a cada palavra, frase, parágrafo...
Ler enriquece tanto quanto viajar, sentir e viver. Intensamente. Com verdade. Daí que os meus eternos heróis sempre tenham sido os escritores. Esses que, desde a infância, me formaram como pais, como mestres, e me deram tanto do que carrego em mim.
Ler é uma opção de construção pessoal vivida através de um prazer seguro. Ler é a revolução constante que nos agita a mente e as emoções; uma atividade que nos propulsiona a vontade de partir e experimentar, estoicamente, toda a intensidade da existência. Viver ao lado de alguém que lê é uma benção, sem dúvida. Mas explicar o quão sublime é viver num corpo habitado por uma alma escritora, nunca caberia num pequeno texto. Isso apenas pode, eventualmente, ficar plasmado na obra de uma vida inteira.

Ana Amorim Dias

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