Hesitei antes de começar. Porque é daquelas coisas que nem se imagina. Daquelas coisas que o pensamento são, se são quer permanecer, nem ao de leve aflora. É o acontecimento mais hediondo; o que devia ser impossível, pelas leis da natureza. Até quando acontece aos outros, mesmo que desconhecidos, a morte de um filho nos dói.
Faz este mês de Julho uma década que a minha amiga morreu. Era um ano mais nova que eu. A única maneira que encontrei para combater a revolta foi gerar em mim nova vida. Por esses dias fiz o João, que já desejava há uns tempos. Quis o irónico destino que confirmasse esta gravidez dias mais tarde... mesmo antes de ir para o funeral do meu sogro.
Se há coisa que a morte encerra, jamais me cansarei de dizê-lo, é uma lição de vida tremenda. É que a única forma de derrotar a morte, é ter todos os dias a consciência da preciosidade infinita de cada dia vivido junto aos que mais amamos.
Ana Amorim Dias
Enviado do Writer
Enviada do meu iPad
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