(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

5.5.14

Somos todos humanos

Somos todos humanos

É recorrente ouvir-me dizer, em palestras, que "de tudo o que existe no mundo, o Ser Humano é a 'coisa' mais maravilhosa!"
E digo que "é recorrente ouvir-me dizer" porque é algo que nunca está planeado e, a certa altura, sai. Sempre. E com uma veemência e verdade que até a mim me impressiona.
A ser verdade que a nossa missão de vida nos vai sendo mostrada através de sinais que devemos ser capazes de interpretar bem, no meu caso tudo me tem conduzido a acreditar que a minha missão é mostrar, a quem me queira ouvir, que a Humanidade é bela. Os Homens são tendencialmente bons e, quando não o sabem revelar, é porque têm algum problema neurológico ou simplesmente porque não foram suficientemente amados.

Aflige-me a tendência em mostrar-se o mau e esconder-se o bom. O horrível faz notícia, o encantador não. Porquê? Porque o bom é normal e o hediondo é excecional. Simples.
As pessoas habituaram-se a consumir, na TV e nos jornais, casos de horror em vários formatos. E criaram a tendência de conversar sobre isso e de comentar amiúde que o "mundo está perdido". Poderia estar, é certo. Mas enquanto existir quem perceba que por cada ato de maldade há milhões de atos de harmonia e bondade, talvez a Humanidade se salve. Por cada manifestação de racismo que acontece pelo globo, milhares de corações batem e agem em uníssono com todos os tons de pele. Por cada agressão há milhões de carinhos. Por cada facada há milhões de casais apaixonados a dar-se mútuo prazer. Por cada atitude ofensiva ao planeta e aos seus demais habitantes, há milhões de pessoas a respeitá-los e a defendê-los.

Não vos sei dar uma resposta quanto às percentagens do bem e do mal. Mas garanto, sem mentir nem me enganar, que há muito mais milhões de Homens decentes e bons do que pessoas tendencialmente nefastas. Garanto, e isto é muito importante, que não é valorizando o horror que o conseguimos vencer. Há que valorizar todos os atos de bondade, por mais singelos que sejam, porque esses sim, revelam a nossa verdadeira natureza e porque é neles que a fé em nós, enquanto espécie, se poderá restabelecer.

A minha missão, ou pelo menos uma delas, é valorizar a Humanidade em tudo o que ela tem de bom; é recordar-nos que saber ver o bem nos torna melhores. Não, não somos todos macacos. Somos todos humanos e devíamos orgulhar-nos disso. Talvez eu já o soubesse quando, com um ano e pouco de idade, comia pensativamente aquela banana.

Ana Amorim Dias

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