(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

9.10.14

Crónica da sedução a mim mesma

Crónica da sedução a mim mesma

E de repente lembrei-me do que uma amiga me disse ao consultar o seu livro sobre astrologia cármica.
- Tu tens o carma de Dom Juan... Ou então o da liberdade, não percebo aqui muito bem...
O costume: atirei a cabeça para trás em sonora gargalhada.
- A sério, Ana! És uma sedutora!

Não sei porque me fui lembrar disto agora. Acho que foi por me estar a interrogar se manipulo um bocado as pessoas para que gostem de mim. Concluí que não. Como toda a gente, gosto que gostem de mim, mas não me transformo no que não sou só para que tal aconteça. Porque manipular implica fingir, não ser natural; implica desviarmo-nos de comportamentos que nos são instintivos e eu não faço isso... a não ser por mim. Sempre que eventualmente altero reações instintivas, faço-o conscientemente em prol do meu supremo bem estar emocional. Disso tenho a certeza! Creio que foi nesse momento que a equação começou a ganhar forma: vivo no constante desafio de me seduzir a mim mesma. Sim, sem dúvida! E desconfio que é por isso que escrevo. Sei sentir o que os outros sentem e consigo explicá-lo em palavras. Mas antes... antes explico tudo a mim própria enquanto me seduzo com bergeraquianas palavras e sorrisos de Don Juan.

Ana Amorim Dias
(21/8/2014)

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