Vencer com gargalhadas
Houve uma altura em que quase senti pena dele. Mas eu tinha que marcar pontos ou perderia.
- Ana, pára!!!
E eu continuei. Impedindo-o de parar...de rir.
- Ah bola marafadã! Atã foste cravar-te na réde??
Ele bem tentava acertar nas bolas, devolvendo-as de forma a que eu não as pudesse apanhar mas, com as gargalhadas, era-lhe cada vez mais difícil.
- Ricarde, olhã: vô usar a minha raquetada torpede e mandar-te a bola assassinã! Tás preparade??
Como é que o pobre podia estar preparado? Só se fosse para algum concurso de rebolar a rir.
A sério que quando comecei a dizer disparates, no jogo de ténis de ontem, nem foi com o plano vil de o vencer com gargalhadas mas, quanto mais via a minha vantagem, mais prossegui com a tática. E fiquei a perguntar-me quantas situações não seremos capazes de vencer se nos decidirmos a desarmar o "adversário" com ataques de gargalhadas. É que o método é tão absolutamente perfeito que os nossos oponentes, de tão revitalizados e felizes, nem se importam de perder porque ganham um momento para lá de fabuloso.
Tenho que começar a usar mais esta tática e foi por isso que ontem à noite o desafiei:
- Bem, o próximo jogo de ténis vai ser à alentejana, o que dizes?
Ana Amorim Dias
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