(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

10.3.14

LOL

LOL

Há muitos anos, ainda no tempo do falecido HI5, ao deparar-me com um "LOL", não tive qualquer pudor em perguntar o que queria aquilo dizer. Responderam-me que era a sigla do riso.
Muitos anos antes disso, "aplicações" eram algo que os meus pais faziam com o dinheiro que conseguiam poupar e wifi talvez me fizesse lembrar o nome de algum dos seres esquisitos da "Guerra das estrelas". Chatear não era estar no chat à conversa, consistindo unicamente na arte de conseguir aborrecer o próximo.
Sim, sou do tempo em que as video-chamadas eram ficção nos filmes do James Bond e que os trabalhos da escola se faziam em papel, com pesquisas nas bibliotecas. Podia continuar por muitos parágrafos mas nem vale a pena. Estamos muito melhor assim, conectados na grande rede, a conhecer quem nunca poderíamos conhecer e a ter hipóteses laborais para além dos nossos mais selvagens sonhos. Estamos melhor a saber o que se passa no mundo sem ter que confiar apenas na comunicação social. Estamos melhor podendo obter toda a informação que queremos com recurso a um clic no "tio" Google.
Mas as aplicações de capital continuam a fazer falta para nos garantir o futuro; a conexão humana real continua a ser imprescindível para não sermos só virtuais. Talvez seja por isso que nunca uso o "LOL" (laugh out loud), continuando a optar pelo "ah ah ah". Porque ser virtual não implica deixar de ser virtuoso. E ser virtuoso, para mim, implica ser fiel à realidade, até em pequenas coisas como uma simples gargalhada.

Ana Amorim Dias

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