(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

26.9.11

António

Estava eu a tomar banho e a preparar-me para vir para o Bar fazer caipirinhas, quando me lembrei do António. António Lobo, ou Tó louco como todos na vila lhe chamavam… O António tinha uma visão da vida completamente arrojada e fora do comum, talvez por isso lhe chamassem louco. Mas, de todas as grandes lições que com ele aprendi, a mais valiosa foi a de que o amor é possível… mesmo quando é um amor impossível! 
   E, algum tempo depois de conhecer o António e todas as suas fantásticas sabedorias, recebo um telefonema do meu pai…
- “ Ana?”
- “ Olá pai! Como estás?”
- “ Deitadinho! A ler… E tenho que te dizer: estou fascinado com o António! Gosto mesmo dele! De todas as personagens, o António foi o que mais me cativou! Gosto mesmo do sujeito…Parabéns filha!”
  E hoje, enquanto tomava o meu banho, punha os meus colares e pulseiras e pintava os olhos com esmero, percebi que tenho saudades do António, do meu pai e do meu amor. Estão todos, de uma estranha forma, simultaneamente  ausentes e também presentes… Todos vivem em mim. Viverão sempre. Porque, como dizia o António, em “O velho farol”, para um amor existir, não precisa de se concretizar, estar presente, ou ser perfeito. Para um amor existir, qualquer amor que seja… nada mais é necessário: apenas sentir!
Ana Dias

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