(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

10.2.14

Espelhos

Espelhos

- Não fui eu que fiz!- exclamei, ao colocar sobre a mesa a torta de amêndoa, para que não existissem dúvidas.
Eles tinham acabado de chegar à minha casa e já tínhamos o café à nossa frente.
Minutos antes, enquanto (como sempre à última hora) pintava as unhas, eu pensava na estranha sensação de esperar por um casal que me vinha entrevistar para uma revista, a mim e à casa. "Já tenho tenho tido muitas experiências, mas esta 'modalidade' é uma estreia".

O António riu-se ao ver as revistas de motas que me tinham acompanhado a espera e descansavam abertas sobre a mesa. A conversa a três fluiu com extrema facilidade como sempre acontece, aliás, com os amigos virtuais que finalmente tenho a sorte de conhecer sorriso a sorriso.
- A Ana é "pública"- disseram eles. - E é nossa!
Marcou-me, confesso. Como me marcou que se lembrassem de uma crónica escrita há quase três anos.
"Caramba... Será possível? Será possível que o que escrevo marque assim, desta forma tão integrante e prolongada?", pensei.
Levei-os a conhecer a casa, a Quinta toda, de facto. E comentaram que entendiam ainda melhor porque escrevo o que escrevo e a maneira como o faço.
- É tudo verdade!- disseram-me
- O quê?-
- A Ana é mesmo aquilo que escreve... E mais um pouco.

Quando se foram embora, depois de quase duas horas de encantamentos mútuos, deixaram-me de novo com a sensação de que a teoria dos espelhos é verídica: somos o reflexo do que conseguimos ver nos outros. Será por isso que gosto tanto de quase toda a gente? Ou será que a lei da atração me vai trazendo sempre mais pessoas que gostam genuinamente de mim?
O que sei é que, ao saírem, deixaram um amoroso contributo à alma das minhas paredes.

Muito obrigada Dina e António. E muito sucesso ao vosso "Arrendar Algarve com Paixão" e revista BPM's!

Ana Amorim Dias

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