(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

10.2.14

Botaterapia

Botaterapia

Tenho a absoluta consciência da minha sorte, por não estar habituada a sentir-me mal. Deve ser por isso que, nas raras vezes em que fico muito quieta e silenciosa, o povo desta casa fica meio aflito com o facto.
Para contrariar o mal estar físico que hoje se abateu sobre mim, vesti roupa mesmo gira, pus botas de salto alto, colares, pulseiras, brincos e anéis. Pintei-me (mas isso é sempre) e considerei até a hipótese de me dedicar a pintar as unhas.
Não serviu de muito, a não ser para passar o dia todo a sentir-me mal, estendida no sofá... mas toda gira.
Ter a casa cheia e não conseguir sair do sofá. Ter um jantar em Albufeira e perceber que não vou conseguir ir... É desagradável, mas não é o fim do mundo. Esta espécie de virose (calculo) talvez se suma tão depressa como surgiu. Mas deixar de escrever a crónica? Há coisas que não são opção: nunca sei até onde pode chegar o poder curativo das minhas palavras!
Percebo que os saltos altos não servem para curar doenças, mas que fazem uma mulher sentir-se sempre mais sexy, lá isso fazem. Será que é isso? Em vez de estar para aqui a dormitar a tarde toda, devia era ter estado a admirar o cruzar sensual das pernas, e forma como as botas lhes ficam bem?
Uma coisa é certa: enquanto mantivermos a vontade de nos sentirmos melhor, nunca desistiremos de procurar as "mezinhas" mais eficazes. Mesmo quando, como é agora o meu caso, elas se resumam a uma crónica tão tosca que me arrancou gargalhadas!
Ah, e sim: já me sinto um pouco melhor. Devem ser os efeitos da botaterapia!

Ana Amorim Dias

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