Promessas
Andava a prometê-lo há meses. Aquele jogo no Sul de França, nos matraquilhos perros da casa do Bernard, nem devia ter contado (quem está a ler o livro vai perceber do que falo).
Prometi ganhar-lhe. E cumpro sempre as promessas. Ganhei. A solo e a pares.
- Não, não! Assim não vale, Ana!-
- O quê?-
- Os golos de meio campo não contam!-
- Só podes estar a gozar! Que batoteiro!-
- É assim: golo de meio campo não conta e quem marca depois fica com dois golos.-
- Está bem, ganho-te na mesma!-
E o primeiro jogo, que ganhei com golos de meio campo, ficou desclassificado.
- Então vamos lá!-
- Sim, mas aviso-te que as tuas regras não te vão salvar!-
Ganhei o jogo seguinte, também. E depois ganhou ele. Não vou dizer que o tenha permitido, para lhe salvar a face. Ganhou e pronto.
Quem perdeu, a meu ver, foram os clientes do Piratas, porque a gritaria foi tão grande que não sei como não fugiram assustados.
Continuo a dizer que ganhar sabe bem mas, bem melhor que isso, é saber estar à altura dos desafios. E cumprir promessas jamais feitas em vão.
Ana Amorim Dias
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