(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

26.12.13

Inspiradora ventania

Inspiradora ventania

Um encontro marcado para as oito da manhã? A sério? Depois de uma noite tão longa, intensa e emocionante como a da apresentação do livro em Lisboa? Depois de semanas e semanas de imenso trabalho em tantas frentes diferentes? Onde é que eu tinha a cabeça? Bem, mas era a única hipótese possível para conhecer um amigo de um amigo que achou que este encontro poderia ser interessante. E foi.
Mas agora estou cheia de sono. E de pressa. E a pensar na interminável lista de coisas que os próximos dias me reservam. "Este ano, preparar o Natal vai ser um passeio no parque", penso, em modo de consolação.

- A Ana é uma força da natureza!- explicava, ontem, a minha homónima Ana Amorim, a uma amiga sua.
Eu ri-me. Oiço-o com frequência e dito com tanto carinho que suspeito que seja verdade. Ri-me porque o que talvez poucos saibam é que as pessoas assim, vistas como vulcões, furacões ou ventanias, lutam os dias inteiros. Penso que deve existir uma certa predisposição genética para se "levar tudo à frente", mas o que tenho a certeza é que a força também se constrói. A capacidade de ver mais além, de esperar, de lutar por encantar, de trabalhar sempre e não desistir nunca, tem que ser uma constante. As dúvidas, receios, ansiedades e cansaços têm que se deixar guardados no espaço mais pequeno e oculto que encontrarmos em nós. O pessimismo deve ser, a todo o custo, esmagado e a noção épica da nossa missão jamais se pode perder.

Quando o despertador hoje tocou, imaginei como seria bom esquecer tudo e render-me à necessidade de ficar deitada na cama, mas o motor da caçadora de histórias soube ronronar mais alto e lá fui, como uma inspiradora ventania que se vai levantando para abraçar o novo dia.

Ana Amorim Dias



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