Mensagens
Fui incumbida de escrever um poderoso e inspirador texto para um pequeno vídeo.
Fi-lo em inglês. Tanto por ser compreensível a todos os envolvidos como pelo facto de, talvez devido à influência dos épicos cinematográficos, este tipo de escrita me sair melhor nessa língua.
O problema, como de costume, chegou com as traduções...
- Não, não, não!- comecei a reclamar logo de manhã.-Há que respeitar o sentido, mais do que as palavras! O importante é a mensagem. E a estética das poucas palavras. Aqui o menos é mais. A eficiência está nas frases curtas. Lembrem-se que a arte jamais se encontra no óbvio!-
Debati-me como pude, para defender o meu material, e consegui.
A arte não costuma andar de mãos dadas com o óbvio. A arte tem que ser sentida para além da razão. E é assim que a mensagem mais profunda encontra o caminho da sua transmissão.
Mais uma vez, no banho, fiquei a pensar; a meditar sobre estes dias em que as mensagens óbvias, de bons Natais e felizes anos novos, se desprendem da arte e da transmissão poderosa do que sentimos cá dentro. E então, enquanto a água quente continuava a cair sobre mim, reforcei a crença de que a eficiência de toda a mensagem está no ato mais simples: no sentir o que se emana.
Ana Amorim Dias
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