Carga humana
Saiu com o caminhar determinado e inconfundível que já conheço tão bem. Eu esperava-o no aeroporto há meia hora. Pu-lo a par de todos os planos que nos esperam por estes dias e, como de costume, reafirmou que me entregava, de olhos fechados, a agenda.
Jantámos a falar dos assuntos de sempre. Projetos, criação e arte. Desejos, sonhos e metas.
Mas o que vira no terminal do aeroporto não me saía do pensamento: as pessoas a chegar, puxando as suas malas, e a reencontrarem felizes quem feliz os esperava.
"Caramba, como é importante a carga humana que as viaturas transportam. Como é importante cada pessoa em particular!..."
Lembrei-me da pergunta que me fazem sempre, quando me entrevistam a propósito do último livro: "Ana: quem é Eric lobo?". Tenho respondido de muitas maneiras diferentes, mas hoje direi que é alguém que entende o valor de cada pessoa; que é um homem que compreende e exulta o valor da carga humana. Porque não são os grandes feitos que fazem as grandes pessoas. A única coisa que faz com que sejamos realmente excecionais é a humanidade que somos capazes de usar em cada um desses feitos.
Bem, e agora deixem-me ir que temos encontro marcado na praça da alegria.
Ana Amorim Dias
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