(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

11.10.13

Canais

Canais

À tarde já tínhamos falado bastante mas, à noite, apeteceu-me ligar-lhe de novo.
Falámos de tudo e de nada. De coisas importantes e de outras, sem importância alguma. Rimos. Partilhámos. Namorámos.

- Estive a dar muito mimo à minha mãe...-
- E porquê?-
- Faziam anos de casados hoje, ela e o meu pai... Foi como um presentinho dele para ela, sabes? ... Através de mim. - um curto silêncio uso a mais sentida voz de beicinho: - ...tenho saudades dele...-
- Como te entendo. Mas não te esqueças: mimares a tua mãe é como mimá-lo a ele!-

Sei que sim. E sei que muitas vezes apenas somos canais de mensagens fortes que inspiram a um novos alentos. Quer saibamos ou nem por isso, fazemos parte de uma vasta cadeia de transições amorosas que talvez apenas digam: "Não me vês mas estou aqui. E Amo-te...tanto como sempre foi e será."

Ana Amorim Dias
(Foto: Nelspruit, lua de mel)


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