(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

7.1.14

Instinto

Instinto

Enquanto tomava o pequeno almoço e ouvia as notícias relativas ao funeral do "pantera negra", recordei as histórias da sua genialidade desportiva e do respeito que tinha ao próximo, que o chegava a fazer tratar por "senhor" o capitão de equipa. "Instinto...tudo se resume ao instinto..."

Tenho que confessar a mim mesma que a escolhi desde o primeiro momento, desde as primeiras palavras que trocámos. Manda a lógica que quando se contrata alguém, para o que quer que seja, se comparem currículos, orçamentos e provas. Manda a razão que se somem as "classificações" e nos decidamos pela média mais alta de todos os itens. Mas creio que, em mim, mandará sempre o instinto; aquele que me diz, sem margem para dúvidas: "suspende as buscas, a "tua" pessoa está aqui". Porque para um trabalho resultar perfeito, mais do que aptidões e provas dadas, o que conta é a união enquanto equipa; é a relação de confiança e a empatia perfeita.
Seja para eleger a tradutora, o biografado, a cozinheira ou chefe de sala, apercebo-me que acabo por só dar ouvidos ao instinto. Mais do que gostar de trabalhar com pessoas competentes e esforçadas, imponho-me formar as minhas equipas com pessoas em quem o que mais prezo é o caráter compatível ao meu para lá de quaisquer explicações.

Enquanto presto silenciosa homenagem a alguém que partiu e realmente as merece, pergunto-me se nem todas as pessoas têm a sorte de poder dar asas livres aos seus geniais instintos ou se, pelo contrário, não sabem simplesmente ouvi-los... e segui-los.

Ana Amorim Dias

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