(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

17.11.13

Sem facebook

Sem facebook

No fim da tertúlia sobre redes sociais, houve um senhor que rematou com uma pergunta incisiva:
- E quem seria, hoje, a Ana Amorim Dias sem o Facebook?-
Como já não havia tempo (e eu queria pensar bem no assunto), garanti-lhe que a resposta chegaria na crónica de hoje.

Quando, há quatro anos, comecei a escrever, percebi rapidamente que, nos meses em que não estava a escrever nenhum livro, sentia um vazio profundo nos meus dias. Nos primeiros meses de 2011 entrei para o facebook e, sem ter uma ideia precisa do que iria acontecer, habituei-me a escrever e publicar uma crónica quase todos os dias...

Raras são as coisas que não têm alguma sombra a acompanhar-lhes a luz. Redes sociais incluídas. Mas, da mesma maneira que manejar um carro ou um fogão implica riscos, também os novos veículos de comunicação podem ser perigosos, a menos que tenhamos maturidade e inteligência para os converter apenas em nossos aliados.
Escrever faz-me feliz; usar constantemente a criatividade reconecta-me à vida; aceitar o desafio de escrever sempre, e sobre tudo, obriga-me a uma atenção, curiosidade e coragem, que me conferem um maior entendimento de tudo. Mas é o retorno que os leitores me dão que tem feito de mim melhor pessoa; que me tem humanizado de uma forma muito prática e consistente. Não sei se inspiro, se dou o exemplo ou se sou formadora de opinião. Apenas sei que vocês, que aí estão desse lado, me transmitem talvez mais do que eu vos dou a vocês.
Agora já lhe posso responder, Jorge, que a Ana Amorim Dias, sem o facebook, talvez fosse apenas uma Ana Dias mais incompleta, mais imatura e menos preocupada em ser uma pessoa melhor.

Ana Amorim Dias

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