(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

11.12.13

Na palma da mão

Na palma da mão

Desci as escadas a falar com convicção.
- Sabes o que se diz das pessoas que falam sozinhas, não sabes?-
- Eu não estava a falar sozinha, estava a falar com a palma da minha mão, olha!-
Tinha apontado só a lista de coisas a fazer até ao jantar (porque as do serão já não couberam) e vinha a verificá-las.

Quando voltei às minhas atividades, que ainda iam só a meio, surgiu-me a dúvida: será que se consegue fazer tanta coisa? Poderemos assegurar as nossas funções habituais e ir acrescentando mais e mais e mais? Sairão todas bem? Ou estarei a abusar e a correr o risco de falhar em algumas?
Lembrei-me que o Ricardo se ofereceu para me ajudar e lhe respondi que não precisava. Quero conseguir fazer tudo. Fazer tudo e fazer bem. Mas porque é que hei-de ser orgulhosa e achar que sou a super mulher?
Mudei para a atividade seguinte e olhei para as palmas das minhas mãos. Devemos esgotar todos os nossos recursos e fazê-lo com gosto e brio. Mas qual é, afinal, o problema de aceitar alguma ajuda? Isso não é vergonha nenhuma e dá-nos a consciência humilde de que todos temos limites.
Agarrei nas palmas das mãos e fui-lhe dar um abraço. Entendi que as mãos também servem para aceitar estas bem vindas ajudas.

Ana Amorim Dias

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