Dezasseis
Hoje chove em Paris. O dia cinzento não condiz com a data nem com o meu estado de espírito. A caminho do aeroporto, já só penso em chegar a casa e aos beijos de quem me espera.
Não é possível guardar todas as memórias dos dezasseis anos que hoje se cumprem. E causa-me uma certa pena esta incapacidade humana de registar todos os sorrisos, todos os momentos, todas os dias de luta lado a lado por uma vida em pleno. Se me perguntassem o que é que transforma duas pessoas num casal feliz, creio que só teria uma palavra para resumir tudo: magia. É esta magia que apaga o mau e constrói o bom. É esta magia que solidifica o ternurento movimento de corpos que bailam no uníssono do instinto. É esta magia que faz com que a soma de um mais um seja muito mais do que dois. É ela, também, que aceita e abraça o crescimento do outro, sem achaques nem crises.
Como de costume, não sei se lerás esta crónica. Talvez algum dos pirralhos te mostre. Ou talvez eu a leia, nos teus braços, ainda esta noite. Não é importante. O que me importa é que saibas como sinto a infinita sorte de partilhar a vida contigo. O que me importa que saibas é aquilo que todos os dias te mostro...
Ana Amorim Dias
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