(...) e a confiança cega
que tenho na minha verdade
não a detém quem me nega
as asas da liberdade ...

Ana Amorim Dias

14.7.13

Tostas zen

Tostas zen

Quando ele entrou na cozinha eu navegava no caos. Mas num caos limpo, coerente, saboroso, tranquilo.
- Não suporto ver isto assim...- e virou costas sem que eu sequer precisasse de o mandar embora. Não me apetecia deixar a minha harmonia ser perturbada por resmunguices rabugentas.
Continuei a colocar o queijo sobre o pão com gentileza; a juntar o molho entre passinhos de dança e a adicionar os restantes ingredientes enquanto cantava a música que passava lá fora. A desorganização foi-se arrumando como que por magia à medida que as tostas iam saindo, apetitosas, da "caliente" tostadeira.
Quando terminei a odisseia perguntei ao Fred:
- Já levitam lá fora na esplanada?-
- O quê?-
- As tostas hoje ainda saíram mais Zen do que é costume! Está com atenção que daqui a pouco começas a vê-los a elevar-se das cadeiras!-
E ele riu-se. Sabe que levitar não levitam, mas lá que se elevam de prazer isso ninguém pode negar!
Podem tentar reproduzir a receita das Tostas Zen de todas as formas possíveis, mas a proporção dos ingredientes (divertimento, carinho, história, etc ) requer uma sabedoria que não está ao alcance de todos...

Ana Amorim Dias

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